Quem me viu em alguma ocasião contando piadas sabe que eu não levo muito jeito pra coisa. Apesar de não ter o dom pra comédia - e isso é uma opinião séria - eu aprecio e admiro muito os que dominam a arte de fazer rir. O fato que eu quero trazer aqui é que há muito não ligo a televisão, e pensando a respeito encontrei nos programas televisivos de humor uma razão suficiente para ter abandonado o sofá e o controle remoto. Enquanto escrevo isso, já me passa pela cabeça corrigir o que escrevi a pouco sobre o dom pra comédia. Generalizei e não deixei espaço para as excessões e isso foi um erro. Há também, aquele tipo de humor que brota de situações muito sérias, e a filosofia está repleta de exemplos, muitos até trágicos. Só para citar um bem breve, a morte do pensador Heráclito, que como dizem por aí, morreu na merda. É uma história trágica, que traz um misto estranho de pesar e ao mesmo tempo uma tremenda vontade de rir.
Relativizando um pouco a discussão, muitas coisas ditas por aí como engraçadas no fundo não tem graça nenhuma. Piadas que reforçam preconceitos, envolvendo minorias marginalizadas, pessoas doentes, só vem a reforçar para mim duas coisas: Uma, que o humor é usado sobretudo hoje como arma para maquiar as mazelas sociais, e seguido a isso, cada um tem a piada que merece.
Eu sou daqueles defensores de que a vida deve ser levada com toda leveza possível, e que sem o bom humor, a existência seria enfadonha e sem sentido, mas quando eu ligo a televisão pra ver os programas "nobres", vejo que a leveza que defendo no bom humor nestes programas televisivos se converte numa ferramenta brutal opressão, desinformação, e manipulação.
Definitivamente, não se fazem piadas boas como antigamente.
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