quinta-feira, 13 de agosto de 2009

"a estética da agonia" ou "o paradoxo da espera do ônibus"

diria de algo, no mínimo, interessante:

pois: se há recursos disponíveis para todos em uma quantidade razoável, e friso, de mesma qualidade, porque desrespeitam a fila e não aguardam a sua vez?

me peguei pensando nisso enquanto saia de um grande shopping center daqui do recife, e me dirigia para a fila do ponto de ônibus. dava para ver claramente que as vagas disponíveis no coletivo atenderiam todas as pessoas da fila, e no entanto, quando viram o ônibus dobrar a esquina e parando no ponto, correram desesperadamente, como se aquele fosse o último ônibus da noite, ou quiçá, da vida!

enquanto as pessoas passavam, eu seguia a fila normalmente até um certo ponto, quando as pessoas que estavam logo atrás de mim na fila começaram a me empurrar, como se dissessem: "ei! vão tomar os nossos lugares!"

assim tive que seguir o fluxo, e ainda no final, disputar no corpo a corpo o primeiro degrau do ônibus com um sujeito bem gordo, suado, e cheio de sacolas. perdi. mas saí dessa peleja com a cabeça erguida e a convicção de que algum lugar, no corredor, estaria a minha espera.

fosse o tal trem das 11, daria até pra compreender... mas acho que essa urgência em partir pela necessidade, nem mesmo o Adoniran!

bonus: paradoxo da espera do ônibus (vídeo 3'10'')

terça-feira, 4 de agosto de 2009

VIII Tao

o bem supremo é como água





água... apura as dez-mil-coisas sem disputa
habita onde os homens abominam


por isso abeira-se ao curso



morar bom é onde
coração bom é profundidade
doar bom é amor
falar bom é sinceridade
governo bom é ordem
serviço bom é capacidade
movimento bom é quando


eis que só sem disputa não há oposição