a Autocrítica, quando é exercida com Coerência e um distanciamento sereno é sempre motivo de Alegria e enriquecimento para Mim.
antes de seguir com esse post já fica aqui asumida a mea culpa pela inconstância nas atualizações do blog. falta de assunto não foi. talvez um pouco de desleixo de Minha parte, somado ao comodismo de trocar esse espaço por um mais conciso. ainda não sei se isso poderia qualificar um comportamento decadente, mas penso que independente de todas essas adversidades, blogs e microblogs tem seu espaço e a sua importância. o que eu preciso é ser mais atento e não querer reduzir uma coisa a outra.
Esse talvez já seja o mote do meu post, surgido numa situação que vi passar numa novela qualquer. Nela, vi uma filha fazendo pouco caso de uma ordem dada pelo pai para que ela ficasse em casa, onde a sujeita terminou se despedindo ironicamente do velho e seguindo seu caminha para a balada.
Eu fui logo falando em um desrespeito às normas e à família. Na minha cabeça, me passou uma rajada de raios e nestes raios, Kant, Nietzsche, Marx, Heidegger e uma avalanche de críticas à metafísica e a moral cristã. Tudo isso me aparecia na forma de uma pergunta simples e objetiva: "O que é Ser Humano?" Mas guardando os devaneios para outro momento, o que eu quero deixar para hoje é a minha perplexidade com relação à humanidade de modo geral.
Eu poderia até me queixar de pessimismo ou de falta de fé no Homem, mas não é bem isso. é mais Tristeza e e Decepção pelas coisas que eu venho acompanhando por ai.a mecanização dos Sentimentos, o esfriamento das relações afetivas e a rotinização do Cotidiano me faz pensar por um momento que estamos vivendo o clima natalino dentro uma grande redoma plástica onde se passam comerciais de shopping center.Que o tempo seja reduzido a um programa rotineiro comum, e as datas festivas reduzidas a oportunidades de compras tematizadas, me faz crer que o Ser Humano médio hoje se reduz por fim a uma espécie de manequim. Oco por dentro e pasteurizadamente igual por fora.
Indepedentemente do que eu venha a crer ou descrer, penso que são em momentos como este de hoje que devemos por uma questão de Dignidade pensar sobre o significado de Existir em Comun-Idade. Consumir produtos e bombardear os outros com frases de otimismo em meio ao tumulto das grandes cidades é um esforço louvável, e até bonito de ser ver. Mas para que tudo isso?
Falar em respeito às normas e à família, soa carola nas palavras do meu amigo Haymone Neto, e a qualquer outra pessoa que atualmente leia algo em defesa "da moral dos bons costumes". E isso tem até uma razão de ser, e por esse motivo, torna-se uma leitura possível. Mas não era bem o que eu queria dizer quando me pronunciei a respeito das programações televisivas para este momento. Tudo bem que o qe foi escrito dá margem para esas leituras, mas deixo as apologias deste calibre para quem realmente se identifica com a causa. Porém, em defesa dos carolas, eu digo até que eles tem uma justa razão em defender esse ponto, muito embora eles próprios não tenham refletido suficientemente sobre o assunto. Não que eu tenha feito essa reflexão suficiente, mas conta em meu favor o fato de ter partido de um ponto diferente.
Citar notas de rodapé de grandes pensadores críticos do assunto é uma tarefa que definitivamente eu não gostaria de fazer nesta noite, e talvez não tivesse grande validade fazê-lo neste momento. Clássicos ou não, esse tema que trata da apequenação do fenômeno humano nas sociedades modernas já foi exaustivamente tratado e mesmo ilustrado, de modo que eu apenas repasso a pergunta adiante, deixando a interrogação como ponto de partida e a perplexidade como tempero para uma pergunte que desejo um dia compreender em toda sua autenticidade. " Afinal, o que é Ser Humano hoje? "
Concluo meu post para iniciar os preparativos para mais uma ceia natalina, e neste meio tempo, a missa do galo entra nos ritos de abertura...
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