os orientais acreditam que o mundo se move por ciclos que se repetem constantemente. e nesse ciclo de surgimento e desaparecimento estão todos as coisas, incluindo nós enquanto seres humanos que vivem, respiram e desejam coisas.
nós, assim como esse mundo, passamos todos por transformações, e essas mudanças obedecem uma regra geral que eu chamo de Harmonia. assim absolutamente nada nem ninguém escaparia a essa regra universal da harmonização.
plantio e colheita, causa e efeito, contrários e semelhantes, forte e fraco... assim funciona essa Lei universal.
e necessariamente todos se adequam a essa Lei, sem que tenham que se conformar ou se rebelar a ela. porque o fluxo da Vida não permite violência nem rebeliões. não permite inadequações porque a isso lhe é indiferente. dessa forma, todos viventes estão inclusos. adequar-se ou não a essa regra é apenas uma questão de posicionamento diante de Vida. os que não se curvam diante dela perecem e desaparecem. em outras palavras, os que não se harmonizam a essa Lei tendem a efemeridade.
dos poucos seres viventes que compreendem esse ciclo, muitos deles sofrem por perceberem que esse fluxo é irreversível e indiferente aos seus desejos. os tantos outros que ainda desconhecem essa Lei sofrem muito mais por não se adequarem a ela e por não perceber o que se passa ao seu redor.
feliz do Homem que compreende seu momento! mas isso, infelizmente é um privilégio concedido a poucos. porque no final das contas, todos sofrem.
alguns sofrem porque sabem e sentem, outros ainda sofrem mais por que a desconhecem e por isso ficam perdidos por entre o Fluxo interminável.
e neste sentido, é necessário se perder pra se achar, e uma vez se achando, voltar a se perder, sem que a Harmonia seja maculada. a isso eu chamo serenidade.
Lindo texto!! Você escreve com fluência, sem pedântismos desnecessários... com a tal Serenidade, afinal é aí o único lugar do pensamento.
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